" Pensamos demasiadamente.
Sentimos
muito pouco.
Necessitamos
de mais humildade
que
de máquinas.
Mais
de bondade e ternura que de
inteligência.
Sem
isso, a vida se tornará violenta
e
tudo se perderá. "
(Charles
Chaplin)
Charles Spencer
Chaplin (1889-1977), mais conhecido como Charles Chaplin ou como Carlitos- nome
do seu imortal personagem- está sendo reconhecido pelo Grupo CativAção como uma pessoa que cativou todo o mundo. Ele
utilizou a arte como meio para transmitir os seus ideais e suas verdadeiras
lições de vida.
A biografia deste
ícone da sétima arte é tão vasta quanto a sua sabedoria e determinação. Além de
ator, Chaplin também era escritor, cantor, dançarino, comediante, diretor,
roteirista, empresário e produtor. Alguns dos títulos de seus muitos filmes
são: O vagabundo, Luzes da Cidade, O garoto, O Grande Ditador e Tempos
Modernos.
Utilizando como
referência para mostrar seu forte papel social, nos detemos ao clássico
intitulado de Tempos Modernos, escrito, dirigido e estrelado pelo próprio
Chaplin e lançado em 1936. Nesse filme é absolutamente nítida a intenção de
Chaplin em demonstrar sua opinião sobre a sociedade da época, marcada pela
industrialização e pela grande crise sofrida pelo Estados Unidos em 1929
(Crash).
O filme começa com
várias imagens metafóricas. O grande relógio pode estar significando a
importância que o tempo exerce nessa sociedade industrializada. Nesse caso, a
expressão “tempo é dinheiro” pode exemplificar bem o que ele pode ter desejado
dizer. A visão dos empresários acerca dos operários era traduzida por produção,
prazos a serem cumpridos e rendimento máximo. Não havia qualidade de vida na
classe trabalhadora, os direitos não eram respeitados, não havia tempo para
comer ou descansar, sendo tudo isso criticado de forma mascarada pela comédia.
A imagem de um rebanho de ovelhas que por fim acaba se transformando em
trabalhadores pode significar que cada um não passa de um número, que são
pessoas sem sonhos ou perspectivas, que caminham automaticamente e muitas vezes
sem rumo. Não é certeza afirmar que haja relação, mas, após a estreia do filme
houve aumento dos movimentos trabalhistas.
“Tempos Modernos
fala sobre a busca da felicidade...”
A frase acima
inicia o filme, e, a partir dela pode-se interpretar que a intenção de Chaplin
era a de fazer críticas, mas que, antes de tudo, queria instigar nas pessoas a
esperança e o desejo pela busca da felicidade, bem como a perseverança por
encontrá-la diante das dificuldades. Essa lição também pode ser percebida
durante todo o restante da trama. Cada cena fatídica sofrida pelos personagens
principais (Carlitos e a jovem órfã - seu par romântico), como as prisões,
fome, desamparo, assassinato e desemprego possui teor crítico camuflado entre
os risos proporcionados pelo atrapalhado Carlitos.
Além da sensação
de felicidade proporcionada pelos risos, mesmo diante de dificuldades, Carlitos
ainda nos mostra essa mesma ideia de superação a partir das atitudes dos
próprios personagens frente às reviravoltas da vida. A cada decepção, uma nova
esperança surge e eles novamente se põem a driblar e equilibrar as situações
visando vencer mais um desafio.
O filme começa com
a supracitada lição de vida, se desenrola misturando diversão, responsabilidade
social e criticidade e não termina de forma diferente. Na sua última cena, a garota se mostra
desanimada após outra frustração quando, enfim, tudo começava a ir bem, mas,
Carlitos encerra estimulando-a para que sorria e terminam andando de mãos dadas
em uma estrada... Estaria a humanidade disposta a trilhar melhores caminhos? A
interpretação fica com você.
Texto por: Adrieele Rodrigues
Vídeo Sugerido:
Tempos Modernos - O filme