segunda-feira, 21 de novembro de 2011

Conciência Negra: Dignidade e exaltAção à sua cultura

Foi escolhida a data de 20 de novembro, pois foi neste dia, no ano de 1695, que morreu Zumbi, líder do Quilombo dos Palmares. A data foi estabelecida pelo projeto lei número 10.639, no dia 9 de janeiro de 2003 (http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2003/L10.639.htm)

Representando a cultura e a luta do povo africano na formação do cenário cultural brasileiro, a homenagem a Zumbi foi mais do que justa, pois esta pessoa notável e histórica representou a luta do negro contra a escravidão, no período do Brasil Colonial.

Existem várias entidades que buscam resgatar e valorizar parte da cultura afro perdida e reprimida da época, dentre elas a que mais se destaca é o Movimento Negro (MN), que é o nome genérico ao conjunto dos diversos movimentos sociais afro-brasileiros, particularmente aqueles surgidos a partir da redemocratização pós-Segunda Guerra Mundial, no Rio de Janeiro e São Paulo. (Vários sites e blogs expõem assuntos relacionados à temática, como: http://mnu.blogspot.com/).

No Brasil, os negros correspondem a 6,8% da população e segundo o IBGE os chamados "pardos" chegam a um número próximo da metade da população brasileira, mostrando que grande parte não só da nossa genética, mas do nosso patrimônio cultural, advém da cultura negra. Porém a consciência de uma parte dos brasileiros não condiz com essa estatística, pois mesmo depois de 123 anos da abolição da escravidão, o país ainda vive sobre o preconceito colonial adquirido na formação de exploração em que o nosso “Brasil, um país de todos” foi incorporado.

Já está na hora da população aprender a respeitar, valorizar e contribuir para a inserção da cultura negra ao seu devido lugar que é na história do Brasil. Como diz Oswaldo de Oliveira Santos Junior, pesquisador do Núcleo de Educação em Direitos Humanos da Universidade Metodista de São Paulo: "Revelar a África pela própria visão africana também surte efeito. O continente produz cultura, histórias e mitologia, o que a perspectiva eurocêntrica não nos deixa ver".

 

Poema Consciência Negra


Sou a alma que ontem nasceu no mundo.
Sou filha da África,
Dos olhos de pérolas,
Do sorriso de marfim,
Dos sons dos atabaques em noite de luar,
Da roda de capoeira,
Do jongo ao maculelê.

Sou da raça que irradia perfume de alegria.
Sou semente da história humana,
De vida apesar de tanta dor.

Dos canaviais e senzalas,
Das mãos calejadas, exploradas e injustiçadas.

Podem tirar a minha vida,
Menos o direito de sonhar,
De ter esperança...
De lutar por dignidade e respeito,
Nem que seja em grito mudo,
Clamando por igualdade e justiça,
E de acreditar num amanhã melhor.

Sarah Janaína Leibovitch



DIGA NÃO AO RACISMO E SIM À VALORIZAÇÃO 
DA CULTURA E DO POVO NEGRO. 

Texto por: Priscila Torres

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