sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

Musicoterapia: toda alma é uma música que se toca

A música é uma forma de expressar a emoção que necessita de espontaneidade para se expressar. Através da música vivemos muitas emoções e situações antigas e novas e encontramos a expressão criativa, abrindo também novas perspectivas e maneiras de resolver problemas. É uma forma de se colocar no mundo que atua no corpo, na mente e na alma. Quando entramos no sentimento de uma música conseguimos nos transportar inclusive para experiências e vivências até então inaceitáveis para nós.

Por meio da música expressamos e sentimos o antes incompreendido, conseguimos o encontro, com vivências da humanidade, com o autor da música, com personagens e com papéis da nossa vida.

Nascemos balbuciando sons que parecem música, nossa fala tem seu ritmo próprio, individual. A música por si só nos transporta para diversas emoções e sentimentos, ainda mais se formos nós mesmos os instrumentos ativos, como acontece na musicoterapia.

O som da música tem a capacidade de produzir grandes emoções (alegria, tristeza, medo, entre outros), tanto num profissional da música quanto num leigo ouvinte. As emoções produzidas por uma música tem ligação com a coesão social de determinada cultura, onde diversos indivíduos têm a mesma percepção daquele som emitido.

Basicamente, a musicoterapia é um processo sistemático de intervenção em que o terapeuta ajuda o cliente a promover a saúde utilizando experiências musicais e as relações que se desenvolvem através delas como forças dinâmicas de mudança.

Os afetos e as emoções relacionados aos sons que emitimos são conhecidos pelo paciente, são articulados, proporcionando crescimento, autoconhecimento e superação de conflitos. Os efeitos dos elementos sonoro-rítmicos musicais podem ocorrer como reações sensoriais, hormonais e fisiomotoras e como efeitos psíquicos podem desencadear descargas emocionais em graus variáveis dependendo do indivíduo, levando-o a se expressar.


No processo musicoterápico, a música é utilizada como uma ferramenta, assim como o instrumento musical, facilitadores da relação pessoa-mundo. Por meio desses recursos terapêuticos e da abordagem mais apropriada, é possível estimular a pessoa se comunicar, a se expressar, a perceber o outro, a partilhar; e é somente a partir de seu contato com o mundo externo que ele passa a ter consciência de si mesmo.

Trabalhando as potencialidades da pessoa estaremos, num processo crescente e contínuo, favorecendo o desenvolvimento das relações interpessoais, da autoestima e da autoconfiança, estimulando seu poder de escolha e de decisão e, consequentemente, contribuindo para integrá-lo em seu grupo social.

A música é uma forte aliada para os ânimos, ela faz com que o aumento do cortisol (hormônio do stress), por exemplo, pare de ser liberado para o cérebro, aliviando o stress e relaxando o indivíduo. Certamente, não é toda música que acalma ou causa emoções boas nas pessoas, há distinções nas aplicabilidades e melodias das músicas, por exemplo, uma música techno, mesma ouvida por aqueles que gostam, causa aumento do cortisol no sangue.

A música comunica sem palavras, com o corpo e a psique restabelecendo canais de comunicação do indivíduo com o mundo. Como se pode ver, o poder da música vai além da audição. Se estabelecermos uma relação entre musicoterapia, trabalho e arte, podemos pensar, então, a musicoterapia enquanto trabalho como situação produtiva, prazerosa, que cria, valoriza, dignifica e inclui.

 "Toda alma é uma música que se toca."
Rubem Alves

Autor: Will Melo

Nenhum comentário:

Postar um comentário