segunda-feira, 30 de julho de 2012

Degradação ambiental e doenças


A temática referente ao meio ambiente vem ganhando ênfase cada vez mais. Assuntos como aquecimento global, alterações climáticas, poluição, escassez da biodiversidade, entre outros, tomam grandes dimensões principalmente quando começam a atingir diretamente a saúde humana.

Essa relação entre o meio ambiente e a saúde da população já ganhava destaque desde o século XIX por meio dos escritos hipocráticos que fundamentaram a teoria miasmática. Nesse período devido a revolução industrial as cidades cresciam cada vez mais, levando ao aumento da poluição e, consequentemente, o surgimento de diversas doenças. A teoria miasmática favoreceu melhoras no ambiente urbano naquela época. Com base nessa teoria muitos estudiosos da saúde fundamentaram suas pesquisas e desenvolveram novas teorias ao longo do tempo, como a descoberta do micróbio e o esclarecimento da causa de algumas doenças no final do século XIX.


As alterações no ambiente podem interferir na saúde humana sob diversos modos. Por um lado pode produzir impactos diretos, como as mortes decorrentes das catástrofes ambientais, e por outro lado pode gerar ações indiretas, como o aparecimento de doenças infecciosas devido às alterações de ciclos biogeoquímicos, ou até mesmo de doenças não transmissíveis como a desnutrição e as doenças mentais.

Como exemplo de grandes impactos gerados por catástrofes foram as enchentes de 2011 em Pernambuco, das quais afetaram várias cidades e, consequentemente, geraram um grande número de desabrigados e de óbitos. De acordo com os dados da Defesa Civil, só no município de Palmares ocorreram 13 deslizamentos de barreira.



Já dentro do conjunto das doenças transmissíveis, segundo informações do DATASUS, no Brasil em 2009 a incidência de leptospirose foi de 3.871, e a de hepatite B e C foi de 14.979 e 11.011 respectivamente. Enquanto que as taxas de incidência por 100.00 habitantes para a dengue e a tuberculose foram respectivamente de 204,26 e 38,41.

Além disso, a degradação ambiental também favorece a formação de novas doenças infecciosas devido a colonização de determinados patógenos ou a migração de certos agentes. Em regiões onde há diminuição da diversidade biológica a colonização é mais fácil, pois existe menos competição para o transmissor. Habitats que foram modificados pela ação humana são mais vulneráveis, devido a desproporção entre os predadores e competidores gerando mais oportunidades para novas espécies.

A disseminação do agente patogênico é dependente também da vulnerabilidade da população, que está diretamente relacionada a imunidade desta. O estado geral de saúde de uma população é determinado por fatores nutricionais, sociais, idade e sexo, herança genética... dentre outros fatores que vão desde as condições de habitação de até o grau de exposição aos poluentes que esta é submetida.

Autora: Juliana Calazans

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